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Elasticidade é um dos conceitos básicos da economia e nos permite analisar a oferta e demanda de um produto ou serviço com maior precisão.


Neste artigo, serão abordados os seguintes tópicos:

  • O que é elasticidade;
  • Como calcular;
  • Bens elásticos x Bens inelásticos;
  • Bens Substitutos;
  • Fatores que afetam a elasticidade; e
  • Outros tipos de elasticidade.

Boa leitura!

O que é elasticidade

Elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra. Este conceito diz respeito ao quanto de variação na demanda ocorrerá em face a uma variação no preço de um determinado produto.

Para facilitar a compreensão, vamos supor que alguém vai a um supermercado comprar picanha e está disposto a gastar R$ 100,00. Se o quilo estiver R$ 40, ele comprará 2,5 kg, se estiver R$ 30, comprará pouco mais de 3 kg, se estiver R$ 20, comprará 5kg e assim por diante.

Portanto, uma redução no preço aumenta a quantidade demandada, em contrapartida, um aumento no preço reduz a quantidade demandada. Esse tipo de variação é a chamada elasticidade-preço da demanda.

Existem outros tipos de elasticidade? Sim! Falaremos sobre elas mais adiante.

Como calcular

Assim como o conceito, o cálculo da elasticidade é bem simples e feito com a seguinte fórmula:

Essa função representa uma variação na demanda tendo em vista uma variação no preço, onde:

Exemplificando, supondo que no início do ano o preço da picanha era de R$ 20 o quilo e sua quantidade demandada era de 20 kg. Agora, o quilo subiu para R$ 25 e a quantidade demandada caiu para 10 kg, sendo assim:

O sinal negativo serve apenas para demonstrar correlação negativa entre preço e quantidade. Isto é, para cada variação de 1% no preço da picanha a quantidade demandada irá variar em 2%. Neste caso, um aumento no preço acarretou em uma diminuição na demanda.

Além de nos mostrar o percentual de variação do produto, o cálculo da elasticidade nos permite identificar se um bem é elástico ou inelástico. Vamos entender o que esse dois conceitos significam?

Bens elásticos x Bens inelásticos

  • Bens elásticos

Bens elásticos são aqueles que possuem elasticidade maior que 1. Ou seja, a variação na demanda é maior do que a variação no preço. Um aumento de 10% em um bem elástico, causará uma diminuição da quantidade demandada maior do que esse percentual.

No exemplo do tópico anterior, encontramos uma elasticidade igual a 2. Como 2 é maior que 1, a picanha é um bem elástico. Enquanto o preço do bem teve um aumento de 25%, a quantidade demandada teve uma diminuição de 50%.

O contrário também é verdadeiro, isto é, uma diminuição de 10% no preço do bem, por exemplo, acarretaria em um aumento maior do que 10% na quantidade demandada.

Outros exemplos de bens elásticos seriam café, outros tipos de carne, calçados, roupas e, também, alguns serviços, como salão de beleza, academia, restaurantes etc. Quando o preço desses produtos ou serviços alteram, as pessoas tendem a aumentar ou reduzir o consumo.

  • Bens inelásticos

Os bens inelásticos são o oposto dos elásticos, ou seja, uma variação no preço do bem causa uma variação menor na quantidade demandada.

Por exemplo: no ano passado um pacote de um quilo de arroz custava R$ 2,50 nos supermercados e a quantidade demandada para esse produto era de 80 kg. Quando o preço se elevou para R$ 5 e a quantidade demandada caiu para 75 kg. Neste caso, a elasticidade do bem seria:

Como 0,0625 é menor do que 1, o arroz é um bem inelástico. Sendo assim, uma variação em seu preço causará uma variação menor na demanda.

Bens inelásticos são considerados bens essenciais, como medicamentos, energia, água, feijão, sal de cozinha, açúcar, etc. Quando o preço desses produtos se eleva, as pessoas não diminuem o consumo na mesma proporção. Da mesma forma, reduções no preço causam um aumento menor na quantidade demandada.

Bens substitutos

Intuitivamente, é possível definir se um produto ou serviço é inelástico ou elástico. Mas como? Verificando se existe um bem substituto para ele.

Bens substitutos competem entre si, isto é, em um mercado competitivo o consumidor irá optar pelo produto A ou B, mas nunca os dois ao mesmo tempo. 

Por exemplo, quando o preço da carne bovina aumenta muitas pessoas passam a demandar mais carne de frango por ser um bem substituto em relação à bovina. Sendo assim, a existência de bens substitutos próximos fará com que haja alterações na quantidade demandada caso o preço se eleve.

Em contrapartida, quando um bem é inelástico ele não possui bens substitutos. Por exemplo, quando o preço de um medicamento aumenta a pessoa que o utiliza não tem a opção de parar o consumo por ser uma questão de saúde.

Outros tipos de elasticidade

Como já mencionado, existem outros tipos de elasticidade, sendo eles:

  • Elasticidade-renda da demanda;
  • Elasticidade-preço da oferta; e
  • Elasticidade cruzada da demanda.

A seguir, falaremos um pouco sobre cada uma delas.

Elasticidade-renda da demanda

Elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual na quantidade demandada de um bem dado uma variação percentual na renda do consumidor.

O cálculo é semelhante ao da elasticidade-preço da demanda, no entanto, ao invés de utilizar o preço e sua variação, utiliza-se a renda (Y) e sua variação (Y). Se o valor da elasticidade for maior que um, o bem é elástico à renda. Já se for menor que um e positivo, o bem é inelástico à renda. Se for negativo o bem é considerado inferior. Mas como assim?

De acordo com a elasticidade-renda, os bens podem ser considerados normais ou inferiores. Os normais, são aqueles cuja quantidade demandada aumenta conforme a renda aumenta e vice-versa, um exemplo são produtos eletrônicos. Em contrapartida, os bens inferiores têm sua demanda reduzida caso haja um aumento na renda do consumidor, sendo o caso das carnes consideradas de segunda.

Elasticidade-preço da oferta

Elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade ofertada de um bem varia dada uma variação no seu preço. Ou seja, essa medição verifica o quão sensível é a oferta em relação às variações no preço. Normalmente, quanto maior o preço de um produto, maior será a quantidade ofertada do mesmo.

A fórmula para cálculo é a mesma da elasticidade-preço da demanda, bem como a interpretação. No entanto o resultado será sempre positivo, pois o preço e a quantidade são proporcionais.

Elasticidade cruzada da demanda

A elasticidade cruzada da demanda mede o quanto a quantidade demandada de um bem varia dada uma variação no preço de outro bem substituto. Por exemplo, de quanto seria o aumento na quantidade demandada de margarina se houvesse um aumento no preço da manteiga.

A fórmula para calcular é a mesma da elasticidade-preço da demanda. Sendo assim, supondo que no início do ano o preço da manteiga era de R$ 8,00 e a quantidade demandada por margarina eram 400 unidades. Agora, em outubro, o preço da manteiga subiu para R$ 10,00 e a demanda por margarina para 480 unidades.

Aplicando na fórmula, encontra-se uma elasticidade igual a 0,8. Isso significa que, para cada variação percentual de 1% no preço da manteiga, tem-se uma variação de 0,8% na quantidade demandada da margarina. Por serem bens substitutos é de se esperar que o aumento do preço de um produto gere aumento da demanda de seu concorrente.

Dito isso, entender o conceito de elasticidade é muito importante para aqueles que já tem um negócio ou desejam iniciar. Se você ainda não tem uma ideia de que tipo de produto deseja oferecer, compreender a diferença entre bens elásticos e inelásticos pode te auxiliar nessa questão. Uma vez que, produtos inelásticos apresentam vantagem competitiva no mercado, enquanto os elásticos são mais concorrenciais.

Ficou com alguma dúvida ou tem uma ideia de negócio? Ficaremos felizes com o seu contato!


4 comentários

Luis Antonio Fiori · 31/08/2022 às 21:31

muito bom

una cartilla ordeliberal para project syndicate · 19/09/2022 às 08:16

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    Martins José Mulanda · 15/11/2022 às 08:47

    Me foi muito útil para o que eu procurava, agradeço pelo conteúdo

Arnando Sousa · 27/07/2023 às 10:30

material muito bom para estudo do assunto.

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